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domingo, 24 de maio de 2009

DICAS ÙTEIS

Comportamento inadequado na dinâmica de grupo pode barrar contratação

Candidatos a vaga participam de atividades de integração.
Segundo psicólogos, trata-se de uma das principais etapas da seleção.

Mariana OliveiraDo G1, em São Paulo

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Jovens durante dinâmica de processo seletivo para rede varejista (Foto: Mariana Oliveira / G1)

O candidato enviou currículo para a empresa e foi selecionado por preencher os requisitos básicos. Mas, antes de ser contratado, geralmente passa por uma etapa muito importante: a dinâmica de grupo.

Nunca aplicada isoladamente num processo seletivo, segundo recrutadores, a atividade serve para conhecer melhor alguns traços da personalidade do candidato à vaga. E eles garantem: o comportamento inadequado na dinâmica pode tirar o candidato da seleção.

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"Se eu busco um vendedor, que é um cargo que exige flexibilidade, e, durante a atividade, o candidato mostra que não aceita opiniões, ele pode ser eliminado", explica Gisele Andriotti, consultora da Ricardo Xavier Recursos Humanos.

A timidez, porém, não é motivo para eliminação do candidato, disse a consultora Liliana Notarrigo, gerente de RH da consultoria Allis.

"É lógico que existem pessoas mais introvertidas e mais extrovertidas. A pessoa pode ser tímida, mas o problema é não participar da dinâmica. Se ela falar pouco, mas disser coisas coerentes, tem mais vantagem do que, por exemplo, quem falou demais, foi arrogante, falou no momento em que outra pessoa estava falando, quis ser o centro das atenções."

As dinâmicas são feitas, segundo os recrutadores, com no máximo 20 pessoas por turma e servem para analisar a apresentação pessoal, a dicção, a capacidade de trabalhar em equipe e a criatividade dos candidatos. São mais utilizadas na seleção de funcionários de cargos operacionais do que para candidatos a chefias.

Dinâmica

Na sexta-feira (24), o G1 participou de uma dinâmica de grupo para seleção de funcionários para uma rede varejista.

A atividade, marcada para as 9h, começou pontualmente no horário. Cerca de 15 pessoas de 18 a 30 anos, já pré-selecionados pela empresa varejista, participaram da atividade.

A maioria dos jovens vestia roupa informal, calça jeans e tênis, assim como aconselham os psicólogos. "A roupa para ir à dinâmica deve ser de acordo com a vaga que se está buscando. Se for uma vaga de secretária, tem de estar de roupa social", exemplificou Liliana, da Allis.

Após entrar na sala onde aconteceria a atividade, os jovens - apreensivos - ficaram em silêncio até as explicações da selecionadora, a coordenadora de recrutamento e seleção Ludmila Cremonezi.

Após as informações iniciais e gerais sobre as vagas, a dinâmica começou. Cada candidato pegou um papel com uma palavra escrita.

A brincadeira era inventar uma história com a palavra que estava no papel. O colega ao lado tinha que continuar a narração. Começou com uma caneta que caiu no chão, foi para uma agenda que ficou molhada, passou por uma biclicleta de pneu furado e, em seguida, já se passava em um circo. Durante a brincadeira, os candidatos se descontraíram e chegaram a dar risadas.

"O quebra-gelo serve para avaliar a capacidade de improvisação, a criatividade", explicou Ludmila, consultora de RH que liderou a dinâmica.

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Teste psicológico que determina produtividade e rapidez (Foto: Mariana Oliveira / G1)

Em seguida, foi a vez de um teste psicológico. Cada um recebeu uma folha em branco, e os candidatos tinham que fazer traços na vertical até que a selecionadora dissesse a palavra "sinal", quando então os jovens deviam fazer um traço na horizontal. Ao final, cada um contou quantos traços na vertical fez e colocou o número sobre o traço horizontal.

"No teste psicológico, avaliamos o perfil, a agressividade, a rapidez, a espontaneidade", explicou Ludmila. "Conseguimos ter uma direção sobre em qual turno de trabalho o candidato produziria melhor."

Ao final do exercício, cada candidato escreveu uma redação sobre um tema livre. "O objetivo é analisar a grafologia e se cada um escreve corretamente, não saber se a letra é feia ou bonita", disse Ludmila.

Os candidatos então se separaram e participaram de uma entrevista individual com outra consultora para obter mais detalhes, como salários e benefícios.

Nervosismo

Paula Chagas, de 19 anos, participou da dinâmica e disse que no decorrer da atividade se sentiu bastante nervosa. Ela já trabalhou por dois anos em uma loja, mas nunca tinha participado de uma atividade do tipo. "A gente fica nervosa porque tem medo de não passar", contou.

Ao seu lado, Amanda Rodrigues, de 23 anos, estava tentando o primeiro emprego. Disse que também ficou nervosa, mas afirmou estar confiante. "Preciso muito do emprego."

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Aline França, após dinâmica de grupo: timidez já atrapalhou em outros processos seletivos (Foto: Mariana Oliveira / G1)

Com 18 anos, Aline França contou já ter participado de outras dinâmicas e afirmou que, no início, a timidez atrapalhava.

"Sou um pouco tímida, então atrapalhou em outras vezes. Mas agora já estou acostumada."

Receita

A consultora Gisele Andriotti afirmou que não existe receita para se dar bem em uma dinâmica.

"É preciso agir de forma natural, da forma que a pessoa é. O selecionador percebe quando alguém tenta ser o que não é."

A gerente da Allis, Liliana, aconselha: "O problema não é como devo me comportar. Não tem jeito certo porque não sabe o que será avaliado. Mas é importante que não criar um personagem e se concentrar bastante no que é pedido."

Fonte : Site G1 do www.globo.com

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